domingo, 5 de dezembro de 2010

Dons do Espírito Santo - Dom de Línguas

É muito interessante ver a maneira que muitos dão relevância ao Dom de Línguas e esquecem outros bem superiores, como é o caso do Dom de Profecia (1 Coríntios 14:5 ) e o Dom Supremo que é o amor! (1 Coríntios 13:1).

O amor é superior a todos os dons (I Coríntios 13), e Deus nos deu, como prova de nosso amor por Ele, a obediência aos seus mandamentos, quando o apóstolo João transcreveu as palavras de Jesus: “Se me amardes guardareis os meus mandamentos.” João 14:15.

Bem então qual foi e qual é a importância do Dom de Línguas? É ele uma confirmação do batismo pelo Espírito Santo? O que muitas religiões fazem por aí pode ser comparado ao Dom de Línguas instituído pela Bíblia?

Pra começar vamos nos reportar ao dia em que foi manifestado pela primeira vez o Dom de Línguas:
Jesus, momentos antes de sua ascensão ordenou a seus discípulos: “... IDE POR TODO MUNDO, PREGAI O EVANGELHO A TODA CRIATURA.” Marcos 16:15”.

Pergunto: Como poderiam pessoas indoutas, pescadores e camponeses, que falavam apenas o aramaico na sua forma coloquial, cumprir essa ordem de Jesus levando o evangelho a toda língua, tribo e nação?

Óbvio que Deus não dá uma missão impossível a seus servos sem que Ele mesmo não os capacite, a menos que nos seja possível fazer por nós mesmos, o que claramente não era o caso. Vale dizer que naquela época não existiam escolas preparatórias, universidades, academia de letras, bons professores, como nos dias de hoje, o que tornava a missão deles praticamente impossível salvo por uma intervenção Divina.

E foi justamente isso que aconteceu, intervenção Divina, o Espírito Santo desceu até eles como um forte vento (Atos 2: 1-13) e os instruiu começando os discípulos a falar “NOUTRAS LÍNGUAS” (Atos 2:4). Repararam bem? Falar em outras línguas (essa é a tradução ideal para o termo no grego, que significa também falar em outros idiomas), e não línguas ininteligíveis como ocorre na maioria das vezes nos dias de hoje.

Cumpre salientar que no aludido dia em que se cumpriu o pentecostes, estavam presentes pessoas “todas as nações que estão debaixo do céu” (Atos 2:5), e portanto, era necessário falar em OUTRAS línguas, diferentes das que os discípulos sabiam. Lucas ao relatar o episódio, faz questão de relatar os 16 "países" presentes em Jerusalém (Atos 2:9-11)

É exatamente ai, diante do impossível ao homem, que Deus age. E logo os discípulos começaram a discursar e “cada um os ouvia falar na sua própria língua.” (Atos 2:6) Que milagre! Deus seja exaltado.

Agora e hoje? Porque continuar usando o Dom de Línguas no meio de um povo que fala sua mesma língua? Seria como pedir a Deus que ele continuasse a nos dar o poder do tele-transporte, como fez com Filipe segundo relato de Atos 8:40, sendo que hoje temos a disposição de veículos que nos levam de um lugar para o outro em altíssima velocidade, tais como carro, ônibus, avião, barcos à motor, motocicletas etc.

O dom de línguas teve sua utilidade, e pode ser útil novamente se caso for necessário. Imaginem vocês um missionário se deparar numa tribo indígena de língua estranha a ele e a todos os missionários disponíveis? Deus poderá nesse caso novamente dispor desse Dom para que seja possível pregar o Evangelho a essas pessoas.

Outra falácia é a de que para recebermos o Espírito Santo é obrigatório falar em línguas. Oras já vimos o real sentido desse dom, e se seguíssemos essa regra nem mesmo Paulo poderia ter recebido o Espírito Santo porque ele NÃO falou em línguas, segundo consta em Atos 9:1-9, 17-18. Mas a frente há um relato de Paulo e Barnabé recebendo a imposição das mãos, que os separaram para o Ministério e foram batizados pelo Espírito Santo sem que tenham em nenhum momento falado em línguas (Atos 13:2-3).

Por derradeiro, cumpre destacar as circunstâncias e maneiras diferentes da bíblica como as que vem sendo utilizado o Dom de Línguas nos dias de hoje, onde várias pessoas falam ao mesmo tempo sem nenhuma ordem, e sem ter nenhum estrangeiro de outra língua presente.

O apóstolo Paulo alertou contra a balbúrdia dentro da Igreja. Em Efésios 4:31 ele alerta quanto a gritaria, em I Coríntios 14:40 ele se preocupa em instruir a Igreja quanto a ordem e decência nos cultos e em Hebreus 12:28 encontramos um verso nos chamando a servir a Deus com reverência. Não poderia deixar de citar também Habacuque 2:20 que pede para que todos mantenham-se em silêncio no templo do Senhor, o que demonstra o tamanho da reverência requerida por Deus pelos seus adoradores.

Que Deus possa ser glorificado em nossas atitudes dentro e fora do templo, e que sempre tenhamos em mente que estamos com o maior Ser do universo, no qual é digno de toda honra, louvor e reverência, tomando por exemplo a atitude do anjos que diante dEle “Clamavam uns aos outros, dizendo: Santo, Santo, Santo é o SENHOR dos Exércitos; toda a terra está cheia da sua glória.” Isaías 6:3.

Autor: Thiago Costa